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A Política de se fazer o bem

 

 

09/11/2014

 

Há um ano o meu pai, Dr. Alberto Calvo, desencarnou. Sinto uma falta indescritível do homem que só fez o bem por onde passou. Médico, dos mais apaixonados pela profissão, não negava atendimento a quem precisava. Incansável e inabalável em suas convicções, para ele não tinha final de semana, Natal, madrugada ou qualquer outro feriado: se um paciente necessitasse, lá estava ele para ajudar. Por mais de 50 anos atendeu aos pacientes pobres no Bairro da Casa Verde.

 

Alberto Calvo era espírita. Dava palestras e, com muita calma e toda a didática do mundo, explicava o motivo de ter escolhido a doutrina. Por outro lado, mostrou que era possível quebrar o tabu de que quem segue o espiritismo não pode se envolver em política. Tal qual Dr. Bezerra de Menezes, meu pai trilhou este caminho para melhor propagar o bem. Ele foi vereador, subprefeito da Casa Verde e deputado Estadual por dois mandatos.

 

Não foram poucas as homenagens que meu pai recebeu ao logo da vida política, e muito menos as ações que trouxeram benefícios à população, provando que é sim possível fazer o bem ocupando cargos públicos. Entre tantas ações, meu pai foi o idealizador da rede ambulatorial de psiquiatria mental, em São Paulo, por exemplo.


Mas o que religião tem a ver com política? A história de vida do médico, espírita, e também político, Doutor Bezerra de Menezes, explica um pouco essa linha tênue que vêm, desde o século passado, movimentando esferas sociais no propósito de fazer o bem utilizando como ferramenta a política.

 

O que nos faz lembrar do Doutor Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, conhecido na história da política brasileira por sua dedicação aos mais carentes como o "médico dos pobres". Nasceu no ano de 1831, em Riacho do Sangue, no Ceará, e foi para o Rio de Janeiro estudar medicina. Ele, depois de formado, largou uma clientela de grande poder aquisitivo, para entrar na política e defender ideias abolicionistas. Bezerra de Menezes dedicou sua vida ao Espiritismo. Seu primeiro contato com a doutrina Espírita foi em 1860, quando foram lançados no Brasil os livros de Allan Kardec. A partir daí, sua perseverança, disposição amorosa para superar os desafios, somadas à militância na divulgação e reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o "Kardec Brasileiro".

Como político, foi considerado um parlamentar de projeção, coordenou reformas no sistema de abastecimento de água, trabalhou pela educação, visando à melhoria de salários de professores, e foi um dos primeiros ecologistas do Brasil. Mesmo com todas as dificuldades da época e muitos preconceitos, Bezerra de Menezes provou, assim como meu pai o fez, que é possível exercer cargos públicos em prol de um bem maior.

 

Gestos de bondade e compaixão para com o próximo, bem como nunca deixar de atender um paciente e ouvir uma angústia, foram as maiores lições que meu pai me deixou.

 

Sou médico, espírita e político e acredito ter uma missão muito especial: a de honrar o nome e a história de vida do meu pai, que não passou por esta encarnação em vão.

 

É em homenagem a ele e ao Dr. Bezerra de Menezes, que também defendo, acredito e luto por uma política de se fazer o bem.

 

Vereador Rubens Calvo que é médico, vereador e espírita.

 

 

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