COMISSÃO DE SAÚDE DEBATE SITUAÇÃO TRABALHISTA DOS FUNCIONÁRIOS DO SAMU
"Há defasagens no atendimento e a categoria continua sendo desvalorizada", afirma o vereador Calvo
A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, presidida pelo vereador Dr. Rubens Calvo, convocou nova audiência pública, em 25 de junho, para debater questões trabalhistas relativas à categoria dos condutores de veículos de emergência do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e dos agentes de saúde. Estiveram presentes, entre representantes sindicais e profissionais da área, Marco Antonio Felipe, presidente do Sindicato dos Motoristas Oficiais no Estado de São Paulo (Simoesp), Alex Douglas, presidente do Sindicato dos Motoristas de Ambulâncias do Estado de São Paulo (Sindimaesp) e Carlos Kajimoto, diretor do SAMU-SP. Na pauta de discussões, os principais focos foram a gratificação de atividade de saúde (GAS), a aposentadoria especial, o recálculo da insalubridade, a valorização do curso de APH (Atendimento Pré-Hospitalar) e a Operação Delegada.
Em suas primeiras falas, o vereador Dr. Rubens Calvo sentiu-se honrado em encaminhar mais uma audiência pública que traz à tona as insatisfações dos agentes da saúde. “Ano passado fizemos audiência porque os motoristas das viaturas do SAMU, que eram contratados pela Prefeitura, deixaram de ser funcionários da Secretaria Municipal da Saúde, passando a integrar o quadro da Secretaria de Administração Pública. Isso trouxe perdas trabalhistas. Depois de um ano conseguimos avaliar as reivindicações, reintegrando-os à Secretaria Municipal de Saúde. Ainda assim, há defasagens no atendimento e a categoria continua sendo desvalorizada. Lutam por melhores ganhos, por melhores condições de trabalho e pela ampliação das equipes. Precisamos ouvir atentamente seus representantes, dando os devidos encaminhamentos e promovendo negociações”, enfatizou.
Um ponto de grande desconforto, levantado pela maioria dos participantes durante o encontro, referiu-se ao atual sistema em vigor da Operação Delegada. A ação, na qual policiais militares prestam serviços à Prefeitura em suas horas vagas, complementando a renda familiar, não é extensiva à categoria. “Precisamos valorizar nossos profissionais, que socorrem vidas em condições desgastantes. E a Operação Delegada precisa, também, ser revista. A categoria está muito insatisfeita. Sem falar em gratificações que se perderam em gestões anteriores.”, destacou Marco Antonio Felipe, presidente do Simoesp, há 25 anos no funcionalismo público.
Alex Douglas, presidente do Sindicato dos Motoristas de Ambulâncias do Estado de São Paulo (Sindimaesp), foi mais adiante: “Basta sairmos de São Paulo para constatarmos realidades diferentes.Em Guarulhos, a remuneração do motorista-socorrista ultrapassa R$ 2 mil. Sem falar em localidades que praticam mais de R$ 3 mil – caso do Amazonas – ou mais de R$ 6 mil, Distrito Federal. Vamos unir nossas forças. A defasagem é evidente”, disparou.
Marli Xavier, coordenadora de Recursos Humanos, com 34 anos de serviços prestados, reiterou o sofrimento vivido por esses profissionais, que percebem uma gratificação de R$ 34. “Temos 548 motoristas em atividade, considerando que são 2.114 profissionais envolvidos nas operações do SAMU. É uma luta constante e essas perdas vem se acumulando há várias gestões.
Eles merecem uma atenção especial”, complementou.
Diante do panorama exposto, o diretor do SAMU-SP, Carlos Kajimoto, há poucos dias no cargo, prometeu quebrar estigmas.
“Temos a obrigação de ouvir todas as reivindicações. Ouvir as bases, ouvir quem realmente põe a mão na massa. Esta é minha primeira atitude. Fui gestor da administração pública e sinto-me na obrigação de melhorar os serviços da população. Não iremos nos afastar dos focos da administração e dos recursos humanos. Mas há tomadas de decisão que precisam envolver conversas mais amplas, com esta no âmbito legislativo”, concluiu.

Vereador (ao centro) com os respresentantes das entidades